Sol com Venus

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Localização: Lisboa, Portugal

O Tempo perguntou ao Tempo - Qto Tempo o Tempo tem? O Tempo respondeu - O Tempo tem de Tempo qto o Tempo tem.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Estado de espirito...

Quando a realidade nos bate à porta, ficamos um pouco abananados, e é assim que eu me tenho sentido nestes dias depois da consulta.

O meu maior receio concretizou-se, é bem possível que eu não possa ter filhos através de inseminação artificial, o meu médico diz que é perigoso, devidos aos meus antecedentes de criação de tumores cancerígenos, é mais ou menos como jogar na roleta, pode haver ou não reincidências.

O que tenho sentido este dias é que sou defeituosa (já comentei com o meu sol e ele mandou-me calar porque eu estava a falar parvoíces), eu já sabia que não era perfeita, e nos últimos anos eu tinha vindo a afastar-me dessa perfeição, mas também tanto não, porque se for de maneira natural tudo bem, se for com um pouco da ajuda da ciência não pode ser porque os efeitos secundários podem ser fatais.

Então resumindo, não vamos ter filhos, talvez quem sabe se não tentamos a adopção, mas não acredito, maneiras diferentes de ver e ser tornam essa opção um assunto um pouco delicado.

Estou vazia…

quinta-feira, janeiro 12, 2006

O meu caminho...

Hoje dei o primeiro passo para o meu maior desejo de 2006, fui fazer o meu exame anual, e como eu previa está tudo bem, não houve reincidências, estou limpa, agora só falta aguardar pelo dia 18 para ter alta médica, e se ele não a der, vai haver terramoto no hospital...

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Divinal...

Estou a ouvir...


e cheguei ao céu...

terça-feira, janeiro 10, 2006

A minha "ignorância"...

Analisando bem, eu não tenho a certeza da ideia que eu fazia das pessoas portadoras de deficiência motora, nomeadamente o estarem numa cadeira de rodas, daí o meu espanto por ele guiar um carro, por isso eu falo da minha ignorância.
Só temos consciência de que esta realidade existe, quando ela nos bate a porta, e pode bater à porta de muitas maneira, a minha foi através do amor, não digo que foi um amor à primeira vista, foi mais um amor que bateu de leve e foi crescendo ao longo dos anos, e que ainda hoje cresce, é feito de altos e baixos, de algumas quedas, e de muitas vitórias.
Essa realidade tornou-me consciente dos muitos obstáculos que a nossa sociedade tem, o de uma pessoa por mais autónoma que seja à sempre lugares que não pode ir sozinha, porque apesar de vivermos em sociedade não pensamos nos outros, somos egoístas. A nossa legislação diz que todos os locais de acesso publico devem ter rampas ou facilidades de acesso, isso não acontece, muitas vezes tem a rampa, mas eu gostava que o arquitecto, o engenheiro ou o fiscal que aprovou a mesma, se senta-se numa cadeira de rodas e tentasse subi-la sozinha, muitas vezes é impossível, é mais fácil subir pelos degraus do que pela dita rampa; Uma ida ao restaurante pode ser sinonimo de um dia estragado, devido aos acessos ou o restaurante em si é pequeno o que torna a refeição muito desconfortável; a programação de um fim-de-semana traduz-se num procurar de um hotel ou pousada que não seja muito cara mas que tenha acesso e instalações para deficientes, o que ainda nos dias de hoje é um pouco difícil de encontrar, encontrasse, mas a preços proibitivos para algumas bolsas; são tantos os obstáculos que não vale a pena estar a pensar neles, à que tentar aos poucos combate-los um a um e seguir em frente quando se tem de contorna-los.

Eu não me considero melhor que as outras pessoas, sou como sou, por amar uma pessoa que está numa cadeira de rodas, igual a qualquer pessoa “normal”, com algumas limitações, mas se nós pensarmos bem até nós temos limitações podem não ser visíveis, mas temos, eu também posso por a situação por outro prima, nós namoramos uma pessoa, de quem gostamos muito, tem um acidente fica numa cadeira de rodas, será que devemos tirá-la do nosso caminho? ou devemos seguir em frente e adaptarmos à nova situação? foi mais ou menos o meu pensamento na altura, também posso dizer que sou uma privilegiada, porque quando o conheci já estava completamente adaptado à nova realidade, e não tive de passar pela fase de adaptação, que na minha opinião de ser muito difícil.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

O meu Sol...

Apareceu de noite, e iluminou a minha vida…

Nós temos ideias pré concebidas e completamente ignorantes, não sei se é da idade ou mesmo ignorância pura e falta de querer ultrapassar esta ignorância, digo isto porque quando nós nos vimos a primeira vez ele estava de carro sozinho. Fomos apresentados por um amigo comum, que já me tinha falado dele e eu não dei muita importância devida talvez à minha suposta arrogância que uma pessoa na condição dele não teria muito significado para mim, talvez fosse bom beber um copo com ele, dar dois dedos de conversa e depois seguir em frente sem dar muita importância, mas não foi isso que aconteceu, e ainda bem…

Quando penso nele, o meu primeiro pensamento é se realmente Deus existe e se ele é inteiramente justo, porque um jovem de 18 anos não devia ter de passar por aquilo que ele passou, ainda mais na situação que foi e as consequência que isso trouxe na vida futura dele, a nossa diferença de idade não é assim tão grande, pouco mais de uma década, mas com a experiência de vida dela no inicio isso foi um dos obstáculos, também certas ideias pré concebidas dele, ajudaram a eu de ter de ultrapassar muitos obstáculos.

Depois do nosso primeiro encontro, vieram as perguntas da minha parte, a incredibilidade de toda a situação, daí eu falar na ignorância, e toda uma aceitação de uma nova situação que eu me tinha deparado, gostei dele no primeiro olhar, não sei se era do sono ou se da fraca iluminação do carro, mas que houve uma faísca que se soltou e que não pode ser ignorada, foi combinado o nosso primeiro encontro, e posso dizer que foi fantástico depois de cinco minutos de conversa já nem dava por Ela estar lá e para mim ele era uma pessoa normal como qual quer ser humano que nós nos cruzamos na rua, e com um sentido de humor muito apurado que descontrai qualquer pessoa e tem conversa para hora, eu que até sou um pouco “bicho-do-mato”, dei por mim a conversar com ele e o tempo a passar sem dar por ele, mas ele diz que não me perdoa porque não o cumprimentei com um beijo quando fomos apresentados, estendi a mão e ele não gostou.

Depois vieram as férias e o consequente afastamento, que primeiro pensamento foi de ter de o ver novamente, quando penso nisso a minha primeira reacção é um grande sorriso nos lábios, porque hoje ele não faz isso, manda-me desenrascar, eu na altura morava a cerca de 40 km do meu local de trabalho, e durante essa semana ele tinha que ir a uma oficina que ficava perto da minha casa, como se não houvesse oficinas na zona dele, mas eu incrédula acreditei no inicio, e o resultado dessa boleias era atrasos para jantar e no mínimo duas horas de conversa, no final de semana fomos jantar e depois os primeiros avanço, ainda penso quem deu o primeiro, quem sabe se não terá sido ele, aquele beijo de despedida na cara que virou o nosso primeiro beijo, sem falarmos das consequências dele eu saí do carro e nem disse nada.

O início foi um pouco conturbado, porque foi feito de enumeras perguntas internas dos dois e pequenas conquistas de minha parte, uma grande luta da minha consciência e um grande crescimento interior. Uma dessas perguntas foi o que uma rapariguita no início dos vintes quereria com um homem trintão e na situação que estava, se me iria adaptar bem à situação ou se quando não aguentasse como iria acabar com tudo sem ninguém sair magoado?...então foi efectuado um contracto silencioso, vivia-se um dia de cada vez e quando um não estivesse bem devia falar com o outro e tentar ultrapassar a situação ou então cada um seguia o seu caminho.

Esse contracto ainda está vigente, com mais uma ou outra cláusula, entretanto foi efectuado um contrato escrito.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Novo Ano

2006 é uma ano de viragem, de definições e o recomeço de uma luta que já tens alguns anos e que pode acabar ainda este mês.

O desejo de ter um filho..., este assunto eu defino em duas categorias, a 1º categoria é aquela que se faz tudo para se ter o fim desejado e não se pensa noutra coisa, e a 2ª categoria (aquela que eu neste momento me englobo) é uma pessoa gostar de ..., mas se depois de alguma tentitivas, aquelas que se propôs, não der positivo, conformar-se e começar a viver a vida com outra finalidade.

Eu não me considero cobarde, nem de desistência facil, se não não me tinha casado com a pessoa maravilhosa que eu casei, esta pessoa dá para um post um dia, mas acho que sou mais uma pessoa conformista, mas que também acredita na ciência, eu quando começei a namorar tive de fazer muitas adaptações, ouve coisas que simplesmente tiveram de ser subtituidas por outras e novas adquiridas, e se eu pensar bem naquilo que desejei um dia, até que não tive de desistir de muitas, e este assunto foi daquelas coisas que talvez tenha posto primeiro de lado, porque analizando bem a questão eu nunca tive um grande desejo de ter filhos, não posso dizer que tive uma educação traumatica e me fez desistir da ideia, mas também não posso dizer que talvez não tenha influenciado, mas resumindo, eu gostava de..., e não eu desejava... .

Para mim a diferença entre estes dois sentimentos é um abismo enorme, gostar, nós gostamos de algo, mas se não tivermos não faz muita diferença, arranjamos outra coisa que possa substituir e seguimos em frente; desejar, queremos uma coisa tanto que não vemos mais nada que possa substituir e se não a tivermos perdemos um pouco do nosso rumo.

Eu este ano, se tiver a devida autorização médica, vou gostar de tentar ter um filho, e vou tentar relatar os meu sentimento, que isso vai despertar e espero que passe todo o processo muito calma, tão calma como estou hoje a escrever.

Até ao meu proximo raio de inspiração...
:-)